“Somos mutantes incansáveis e insaciáveis, sempre em busca de algo que muitas vezes nem nós mesmos sabemos”

Rafael Cappellari, modelo, é elegante por dentro e por fora. Parece algo simples, mas essa qualidade é algo raro nas pessoas e independe de classe social. Um indivíduo para ser elegante não precisa necessariamente usar roupas sofisticadas e  andar calmamente nos salões de festas, com sorriso no rosto. Esse tipo de elegância é superficial.

Estou falando da elegância que vem da alma, que sai do interior e invade o exterior, de forma plena e correta. Elegância no uso das palavras, na forma de expor suas ideias, maneira sensível no trato com as pessoas e com as questões do mundo. Rafael observa, defende, tranquiliza e protege os outros. Tem elegância mais sofisticada que essa?

Confira a entrevista do modelo, Rafael Cappellari, que mantém uma carreira nacional e internacional consolidada, participando de diversas campanhas publicitárias. Além, é claro, de conferir curiosidades e suas observações do mercado da moda, de assuntos pertinentes na sociedade e questões que envolvem o comportamento humano.

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Rafael Cappellari: Elegância, simplicidade e foco. Foto: Reprodução

Cj Martim : Quais novas campanhas, metas e percepções, que esperam você em 2016?

Rafael Cappellari: Acredito que 2016 será um ano com muitas oportunidades e realizações. Têm algumas campanhas ainda à serem publicadas, estou estudando um projeto que se der tudo certo será um grande e novo desafio na minha carreira e,talvez, eu fique alguns meses fora do país.

Sobre metas, possuo muitas, entre elas, existe uma que venho postergando durante muito tempo e pretendo conseguir realizar, estudar e passar na prova OAB. Preciso me concentrar e criar uma rotina de estudo, já que o trabalho de modelo exige muita disciplina e disponibilidade, inclusive para viagens.

Cj Martim: Por que modelos especificamente, acabam não se envolvendo em questões políticas e manifestando suas opiniões nas redes sociais? É uma estratégia para não prejudicar a imagem perante as marcas?

Rafael CappellariNão somente os modelos, mas o meio artístico, em geral, não se envolve em muitas questões, principalmente políticas. Acredito que por muito tempo foi uma estratégia adotada para preservar a imagem perante o mercado, permanecer-se neutro e evitar críticas negativas. Atualmente, essa situação mudou bastante, as pessoas procuram personalidade e autenticidade nas outras, o modelo ganhou espaço para se expressar e muitos estão envolvidos em diversas causas. Acho positivas essas manifestações, desde que, sejam feitas com responsabilidade e conhecimento de causa.

Cj Martim:  Por que sua carreira de ator perdeu o fôlego? Consegue lembrar a sensação em adentrar o projac para gravar cenas para novela Mulheres Apaixonadas?

Rafael Cappellari: Não sei ao certo se a palavra certa seria “perder o fôlego”.  Não deixei de prosseguir na emissora de TV por uma escolha pessoal ou profissional, somente conduzi a minha carreira diante as oportunidades que surgiram como modelo internacional. O ator ainda esta presente no meu trabalho, tanto como modelo, como atuando em campanhas publicitárias.

Sobre o Projac, realmente é extraordinário, um mundo onde tudo se transforma e cria vida. Me senti empolgado e privilegiado pela oportunidade de estar ali, vendo toda aquela estrutura, perfeição nas cidades cenográficas,  com tantos profissionais talentosos e competentes.  Na época da novela Mulheres Apaixonadas, gravamos em diversas locações, não somente no Projac, mas em um shopping muito conhecido em São Paulo, aeroporto do Galeão, dentro de uma aeronave estacionada em um hangar, entre outros. Uma experiência singular na minha carreira.

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Rafael Cappellari: Imagem de credibilidade no mercado. Foto: Reprodução

 Cj Martim:  Qual o seu diferencial como modelo? O que você imprime de particular em seu trabalho?

Rafael CappellariFazendo uma auto-analise da minha trajetória como modelo, vejo que sempre tive muito comprometimento e disciplina, tenho o costume de pesquisar sobre a grife para consequentemente representá-la da melhor forma. É de extrema importância se envolver no job, aceitar os direcionamentos com humildade, sentir segurança e passar isso para as câmeras e/ou na passarela. A versatilidade e personalidade de um modelo, na minha opinião, é um grande diferencial. Acredito que eu consiga imprimir isso nos meus trabalhos.

Cj Martim: Quais cuidados possui com cabelos, pele e o corpo? Esse cuidado já foi um fardo e atualmente encara com prazer ou sempre gostou de se cuidar, algo que possui de forma natural em sua personalidade?

Rafael Cappellari:  Sempre uso bons produtos para cuidar dos cabelos, pele e corpo, não deixo de controlar os exageros na alimentação, procuro fazer exercícios constantes e evito o excesso de Sol. O hábito de me cuidar diariamente herdei da profissão, pois passamos por avaliações o tempo todo, quanto mais preparado estiver,  maior a probabilidade de ser aprovado para o job. Não tinha a consciência da importância desses cuidados, hoje já faz parte da minha rotina e me faz muito bem.

Cj Martim: Estava olhando algumas fotos do seu  trabalho.  Tive percepção que transmite uma imagem de confiança, de um homem bem sucedido, que não transmite frieza, mas sim um espírito de liderança. Essa é uma imagem que suas fotos  provoca em mim, não sou especialista no assunto, mas as minhas impressões elas de alguma forma coincidem com que as marcas buscam em você? Um homem que passa respeitabilidade?

Rafael Cappellari: Especialista não sei, mas é um ótimo observador, tem toda razão! Geralmente muitas marcas contratantes buscam no meu trabalho o homem bem sucedido, espírito de liderança e respeitabilidade. Quanto à confiança e vivacidade, acredito que todo o mercado, por isso a importância de um modelo ser versátil e se adaptar ao perfil da grife ao representá-la.

Cj Martim: Quais os trabalhos se orgulhou de fazer? Quais os prazeres da vida que curte? Já teve oportunidade de se olhar no espelho e desconstruir a imagem que provoca nas pessoas?

Rafael Cappellari: Difícil mencionar, mas posso dizer que alguns me orgulho pelo resultado ou pela grande veiculação, ou por viajar e conhecer lugares desconhecidos e inusitados. Mas todos foram importantes, cada um da sua maneira para o meu crescimento profissional e pessoal, essenciais na construção da minha carreira. Prazeres… não posso deixar de citar o meu trabalho, já no lazer sou bem eclético, gosto muito de viajar, esportes radicais em contato com a natureza, bons restaurantes e não abro mão de um bom papo e muitas risadas com amigos e família.

 Acredito que sim. Diariamente, desconstruímos e construímos essa pessoa que vemos no espelho, somos mutantes incansáveis e insaciáveis, sempre em busca de algo que muitas vezes nem nós mesmos sabemos o que desejamos.

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Rafael Cappellari: Desfile para Camargo Alfaiataria. Personalidade forte e talento. Foto: Reprodução

CJ Martim: Como foi a experiência em desfilar para a Camargo Alfaiataria? Um modelo tem percepção do peso da marca, da roupa que representa naquele momento? Ou é tudo muito frio e técnico para essas questões?

Rafael CappellariO Camargo é um estilista muito talentoso, nasceu em uma família de alfaiate, tem total conhecimento e comprometimento com a excelência dos seus produtos, justo o destaque que possui no mercado de moda masculina. Tanto no casting (cat walk /prova de roupa), quanto no momento do desfile, o Camargo, se faz presente e cuida de todos os detalhes pessoalmente, fica claro o amor que ele tem pelo que faz.  Até para os mais desatentos, seria impossível não perceber o peso da marca e o que ela representa naquele momento. De fato, o trabalho exige técnica, mas não é o suficiente quando se faz algo que realmente gosta, necessário haver um sentido a mais, acredito que seja a formula para se ter uma carreira próspera em qualquer profissão.

Cj Martim: O que diz para as pessoas que se iludem com o mundo da fama, das passarelas, com as formas superlativas das pessoas sempre abordarem, com os elogios desenfreados sempre exaltando a beleza?

Rafael Cappellari: Natural, mesmo a carreira de modelo ter sido retratada de diversas formas na mídia, principalmente em novelas, ainda existem muitas curiosidades e dúvidas sobre a profissão, algo distinto da realidade da maioria das pessoas que atuam em outras áreas. Nós mesmos, como modelos, logo que iniciamos a carreira (New Face) ficamos confusos com tantas vertentes existentes na profissão.

A profissão realmente nos proporciona algumas vantagens, como ter acesso aos lançamentos de produtos, tendências de mercado, lugares badalados, contato com pessoas famosas e visibilidade na mídia. A imagem é construída dentro do que é mostrado, tudo muito glamoroso, que não deixe de ser, mas temos que lembrar que ali são pessoas que trabalham bastante para tudo aquilo acontecer, que possuem um vida real, com bons e maus momentos como todos. Sobre as abordagens, recebo sempre positivamente, chegam carinhosas como uma admiração e reconhecimento do meu trabalho.

Cj Martim: Utiliza bem suas redes sociais? Os elogios que recebe transbordam o seu ego ou ele precisa de algo mais consistente do que elogios ao físico?

Rafael Cappellari: Utilizo as redes sociais, principalmente o Instagram (@rafaelcappellari) para divulgar trabalhos e alguns momentos pessoais de descontração. Nós temos um ego, uns maiores e outros nem tanto, se compartilhamos algo é porque esperamos que as pessoas visualizem, curtam e comentem!!! Hahaha. 

Os comentários mais consistentes exigem mais atenção e naturalmente remetem a reflexão, mas nunca desconsidero a intenção, sendo assim, se não for tão consistente, mas de boa intenção, vou gostar da mesma forma. Todas as curtidas e elogios sempre são bem vindos, procuro responder tudo que enviam, também uso as redes sociais para saber um pouco mais do que esta acontecendo, o que as pessoas estão curtindo e pensando, me desperta mais curiosidade e diversão que alimento de ego.

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Rafael Cappellari: Sorriso sincero, espontaneidade e diversão. Foto: Reprodução

Cj Martim: Qual foi seu último grito? O que desestabiliza seu emocional?

Rafael Cappellari: Na correria do dia a dia, acredito que muitas coisas passam despercebidas, as relações humanas se tornam superficiais, o stress contamina muitas coisas, mas não podemos esquecer os valores essenciais como o caráter, educação e bom senso. De uma forma natural já faz parte da minha personalidade não aprovar injustiças e proteger os mais desfavorecidos em determinados momentos, isso é muito latente em relação a minha família e amigos.

 O “último grito” foi em um estabelecimento comercial, onde a cliente tentou acusar e humilhar injustamente uma funcionária com ofensas racistas e preconceituosas. Assistindo aquele absurdo calado me senti culpado como se eu estivesse aprovando tal situação. Acabei intervindo e logo os ânimos se acalmaram, encerrou com arrependimento da cliente e um pedido de desculpas à pessoa ofendida. Fiquei mais aliviado em ver que tudo foi solucionado da melhor forma possível, exercendo o meu papel como cidadão.

 

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