Talvez ela não saiba, mas o seu carisma surge iluminado toda vez que aparece em cena. Ohana Homem, a Clara da novela “Cúmplices de um Resgate”, é uma atriz que pode parecer simples e doce na aparência, mas tem um olhar misterioso e impactante no vídeo, algo que não passa desapercebido em suas cenas.
Em entrevista exclusiva ao Cj Martim, a atriz explica se gosta ou não de novelas mexicanas, como surgiu o convite para a trama do SBT e se acredita que artistas precisam se posicionar politicamente. Vamos ser cúmplices de conhecimento e simpatia dessa talentosa atriz? Confira a entrevista.

Cj Martim : Conte um pouco quando começou a sonhar em seguir a carreira de atriz, quando o sonho começou a se tornar realidade e se “tempestades” apareceram ou ainda aparecem na caminhada.
Ohana Homem: Sabe quando você é criança e perguntam o que você quer ser quando crescer? A minha resposta era: atriz, cantora e policial! (risos). Escolhi a primeira opção. Sempre fui encantada por essa profissão, que permite ser muitos outros ou dar voz aos muitos outros que estão dentro de nós.
Comecei a trabalhar como atriz em 2007, ainda em Porto Alegre, participando da série “Fantasias de uma Dona de Casa”, da Casa de Cinema. De lá pra cá, fiz alguns curtas e longas-metragens, séries e peças de teatro. Comecei a cursar a faculdade de artes cênicas (DAD – UFRGS), mas tranquei a matrícula quando me mudei para o Rio de Janeiro. Em 2014, surgiu o teste para “Cúmplices de um Resgate” e, desde então, estou morando (e amando) São Paulo. Quando o sonho começou a se tornar realidade? Sempre e todos os dias. Se teve tempestades no percurso? Algumas, ainda bem! Depois da tempestade vem a calmaria.
Cj Martim: Como surgiu o convite para viver a Clara, de “Cúmplices de um Resgate”?
Ohana Homem: Participei da seletiva para a novela através de testes. Em seguida, soube que viveria a Clarinha.
Cj Martim: Assistiu a versão mexicana da trama? Novelas mexicanas, geralmente, desperta sua atenção?
Ohana Homem: Não acompanhei a versão mexicana de Cúmplices, mas lembro que meu irmão (na época com 10, 11 anos) adorava! Hoje, o nosso público maior tem essa idade e é uma delícia fazer novela para eles. As novelas mexicanas são interessantíssimas! Muitas tramas das novelas brasileiras são inspiradas nelas; temos muito em comum.
Cj Martim: Qual foi seu último grito? O que desestabiliza seu emocional?
Ohana Homem: Meu último grito está acontecendo agora com a atual situação do país: a pobreza, a violência e a falta de amor desestabilizam o meu emocional. Ainda sim, procuro seguir com otimismo.

Cj Martim: Em quem acreditar, nesse universo da fama, onde pessoas que torcem por você ou apenas estão ao seu lado no sucesso, se misturam nos corredores de peças, sets e estúdios?
Ohana Homem: Acredito no amor, na reciprocidade, na família, nos amigos. A fama é uma ilusão e por isso não dou destaque a ela na minha vida.
Cj Martim: Alguma dificuldade em decorar textos? Quais técnicas necessárias para dominar um texto?
Ohana Homem: Procuro compreender o texto entendendo o que a personagem quer dizer, assim se torna mais tranquilo decorar as falas. Não sei se tenho uma técnica, mas gosto de rabiscar bastante ao lado das falas com observações pessoais. Funciona como uma conversa entre mim e a personagem.
Cj Martim: Artista precisa, necessariamente, se manifestar politicamente falando ou a manifestação precisa vim com a sutileza da arte?
Ohana Homem: O artista é, por natureza, um ser político. Ele objetiva expressar seus pensamentos, ideias, desejos… Acredito que existam muitas maneiras de se manifestar e cada artista as fará de acordo com sua arte, seu desejo, sua intensidade. A questão do emponderamento feminino, por exemplo, é algo constante na minha vida e também no meu trabalho como atriz. Filmes, fotos, textos, conversa em roda de amigos… são algumas maneiras como me manifesto politicamente.