“Existe o jornalismo que informa, o que exalta e o que derruba”

Adriana Birolli é bem sincera, nesta entrevista, em sua opinião a respeito do “jornalismo de celebridade” que a sua personagem, a jornalista Lorena Domingos em “Totalmente Demais”, pratica de forma maldosa e sem noções básicas de ética.

Que os altos e baixos na carreira, que as fofocas frias das revistas e blogs, e o trabalho árduo, não tirem o que tem de melhor: o magnetismo em cena, Adriana!

Cj Martim: A sua personagem em “Totalmente Demais”, Lorena Domingos, é uma jornalista da pior espécie. Acredita que é um comportamento que mesmo que não concorde com ele, para manter-se no emprego e sustentar a casa, muitos jovens jornalistas acabam se submetendo a essa prática?

Adriana Birolli: Eu acredito que o jornalismo de celebridade não é todo igual. Existe o jornalismo que informa, existe o jornalismo que exalta e existe o jornalismo que derruba. Acho que, às vezes, em busca de um furo ou de ter a notícia mais acessada, alguns jornalistas perdem a noção de ética, assim como alguns evidentemente inventam notícias para prejudicar alguém com quem tiveram alguns problemas anteriormente. No mundo, não só do jornalismo, existem pessoas bem e mal intencionadas, independente de serem jovens ou não.

Cj Martim: Como define seu estilo de interpretação? Ou não tem como uma atriz definir um estilo, se depende muitos dos personagens que interpreta.

Adriana Birolli: Tudo depende do personagem, da linguagem da obra, são muitas as variantes para se definir um estilo de atuação. Mas confesso que prefiro uma atuação mais estilizada, mais teatral e distanciada por assim dizer. Em alguns momentos, falando como espectadora, o naturalismo excessivo me incomoda e, muitas vezes, faz com que no passar do tempo, a cada trabalho, o ator acabe virando uma cópia da cópia da cópia de si mesmo! Acho que fica faltando o elemento surpresa, que uma interpretação burilada e construída entrega. Esforço-me e trabalho duro para estar sempre encontrando novos elementos em, mim mesma, para emprestar ao personagem.

Cj Martim: Qual foi seu último grito? O que desestabiliza seu emocional?

Adriana Birolli: A injustiça e o pessimismo sempre me tiram do sério. 

Cj Martim: Amizade fina, elegante e sincera pode acontecer no meio artístico? Ou existe respeito pelo colegas, mas muitos só andam voltados para suas carreiras?

Adriana Birolli: Claro que pode existir! Nem tudo se resume a competição em cena. Quando trabalhamos juntos, o resultado é sempre mais positivo. Uma equipe integrada faz toda a diferença, se não, o trabalho se torna desprazeroso. 

Cj Martim: Se iludir com fama é ingenuidade ou burrice?

Adriana Birolli: No início pode até ser ingenuidade, mas com o passar do tempo continuar iludido se torna uma burrice, de certa forma. A fama não torna ninguém melhor do que ninguém. Pode tornar alguém mais relevante em determinado momento, mas tudo isso é efêmero.Existem pessoas que atingiram uma fama absurda e depois caíram no ostracismo, por exemplo.

Cj Martim: Como manter o equilíbrio emocional, diante de tantas emoções que seus personagens oferecem e não enlouquecer?

Adriana Birolli: É extremamente necessário saber o que é seu e o que é do personagem. O nosso trabalho é interpretar personagens fictícios ou não, não somos nós em cena. Emprestamos corpo e voz à outra pessoa quando estamos interpretando. É importante tanto o público, quanto o ator, saber disso.

Cj Martim: Qual o diferencial dessa novela “Totalmente Demais”? O que fez o público abraça-la tão rápido?

Adriana Birolli: A novela é uma fábula moderna, é leve e divertida, o público está querendo isso. Por mais sérios que sejam os temas, eles são retratados de maneira suave. A novela é colorida, sempre tudo envolve esperança, coisas que cativam o público.