Bernardo Falcone é um cantor inquieto com seu trabalho, sempre propondo desafios e fazendo pequenos ajustes quando necessário, como escrever uma letra de música em português, algo que não estava acostumado.
Seu novo single “Quase Nada” reflete a geração atual, que envolve seus relacionamentos, com participação direta de aplicativos de celular. Atitude, atitude, atitude. É ela que ergue o trabalho do Bernardo e transmite aquela sensação que, apesar de jovem, ele não cai na armadilha de ser mais um artista comum.
Cj Martim: Quais recursos utiliza para cuidar do seu principal instrumento de trabalho, que é a voz?
Bernardo Falcone: Meu sono é o principal cuidado e água também! Sempre que eu sinto que eu abusei da minha voz, aproveito para dormir melhor, beber mais água e falar menos nos dias seguintes.
Cj Martim: Confesso que ouvi várias vezes o single “Quase Nada”. A música é “chiclete”, tem um refrão fácil e uma sonoridade leve, que permeia na mente, mesmo depois de escuta-la. Como surgiu a ideia dessa música e a intenção de coloca-la na linha de frente na divulgação?
Bernardo Falcone: A ideia surgiu do primeiro verso “eu só preciso te ver”. Eu crio minhas letras improvisando melodias, e deixando as palavras surgirem. Quando eu cantei esse primeiro verso, me veio em mente a agonia de querer ver, falar, ter um retorno de uma determinada pessoa, que só está dando perdido. Eu sabia que queria colocar algo relacionado as relações de aplicativo e, com isso, fui embarcando no tema, inseri o “visualiza e some” e em meia hora, a música estava pronta.
Cj Martim: Cantar em inglês foi uma opção ou seu público desejava isso?
Bernardo Falcone: Como eu disse, eu improviso bastante no meu processo criativo. Não bloqueio nada.O inglês, por incrível que pareça, me vem mais fácil. No português, eu encontro mais dificuldade pra deixar fluir.”Quase Nada” é fruto de um desafio que eu impus a mim mesmo, que era o de escrever em português.
Cj Martim: Qual foi seu último grito? O que desestabiliza seu emocional?
Bernardo Falcone: Injustiça me tira do sério! Ver um país dar atenção a um ser humano desprezível como o Bolsonaro, por exemplo, é algo que me desestabiliza e me entristece.
Cj Martim: A carreira de ator vai continuar de mãos dadas com a sua a carreira de cantor ou é inevitável o afastamento de ambas?
Bernardo Falcone: Elas se completam, elas me completam! A carreira de ator continua.
Cj Martim: As pessoas ainda ligam sua imagem com a novela “Rebeldes”? Se sim, existe um esforço de desvincular o seu nome somente desse trabalho?
Bernardo Falcone: Sim, até hoje. Não vejo motivos em me desvincular de um trabalho que me trouxe tantas alegrias. Quando eles me chamam de “eterno Téo”, sei que fiz um trabalho que marcou a vida deles, assim como vários outros atores marcaram a minha vida com seus personagens, quando eu era adolescente. Isso não tem preço nem porque querer apagar. Tenho muito orgulho e gratidão!
Cj Martim: Quais diferenças cruciais entre admiração, fixação e amor platônico de fãs?
Bernardo Falcone: A admiração pressupõe um certo distanciamento, já a fixação precisa da proximidade.Os fãs querem estar junto, querem acompanhar cada movimento, cada post, cada novidade. Tudo é amor e tudo vale!
Cj Martim: Vivemos em um caos político. Direta ou indiretamente, a crise no país afeta seu trabalho?
Bernardo Falcone: A crise no país afeta cada um de nós, assim como nossas crises pessoais afetam o país. O problema não está só do lado de fora. Somos responsáveis por fazer um país melhor no nosso dia-a-dia. Provavelmente, afeta meu trabalho e de muitos outros, mas sendo brasileiro, estamos juntos nesse barco e espero poder ajudar a remá-lo do meu jeito, com meu trabalho. Só sairemos dessa juntos.
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