“Lídia Brondi, infelizmente, não encerrou bem a carreira de atriz”

Jorge Luiz Brasil é jornalista, blogueiro, redator-chefe da revista Minha Novela“e apaixonado por novelas. O Canal Viva, este ano, resolveu reprisar a novela Meu Bem, Meu Mal”, do autor Cassiano Gabus Mendes, mas a trama não foi, na época, um fenômeno de audiência.

O jornalista esclarece os pontos fracos e fortes da novela, além de revelar que o papel da atriz Lídia Brondi, ficou muito aquém do esperado. Jorge é um crítico nato, mas tem uma criticidade com profundidade, sem medo de ficar em superfícies confortáveis.

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Jorge Luiz Brasil. Foto: Divulgação.

 

Cj MartimÚltima novela da atriz Lídia Brondi. Pode-se afirmar que ela encerrou a carreira bem?

Jorge BrasilInfelizmente não. A personagem até começou bem, mas não aconteceu. Passou o meio da novela apagada, para, apenas no final, ter outros bons momentos no romance com o Cássio Gabus Mendes, com quem acabou casada ao fim da novela. Mas, mesmo com uma personagem aquém do seu talento, Lídia mais uma vez virou ícone fashion, graças ao corte Joãozinho, que ela relançou na pele da Fernanda. 

Cj MartimPara alguns críticos, não foi a melhor novela do Cassiano Gabus Mendes. Concorda? 

Jorge BrasilNa verdade não. Acho “O Mapa da Mina” (1993) bem inferior. “Meu Mel Meu Mal” tinha um bom fio condutor, personagens interessantes, como Dom Lázaro, outro triunfo de Lima Duarte.  

Cj MartimO Viva vem surpreendendo com algumas reprises. Acredita que o canal  continua nessa linha ou vai se acomodar em reprises batidas?

Jorge Brasil:  Na verdade eu esperava mais ousadia do Canal Viva. Gostaria de ver tramas menos óbvias, como “Olhai os Lírios do Campo”, “A Sombra dos Laranjais”, “O Feijão e o Sonho”, “Maria Maria”, “Coração Alado”, “Brilhante”, “Baila Comigo” e outras.

Jorge, a pedido do blog, preparou uma lista dos fatores positivos e negativos da trama “Meu Bem, Meu Mal”. Vamos conferir?

Bons motivos:

1 – Como você já citou, rever o último trabalho do mito Lídia Brondi 

2 – Hilariante parceria da maravilhosa Zilda Cardoso (Elza) com Lima Duarte (Dom Lázaro Venturini) 

3 – Romance entre a ninfeta Patricia (Adriana Esteves) e o coroa Ricardo (José Mayer) 

4 – Estreias de Silvia Pfeifer e Fábio Assunção em novelas 

5 – Chance de rever Guilherme Karan como Porfírio e sua Divina Magda 

Maus motivos:

1 – Mal aproveitamento de atrizes como Yona Magalhães, apagada como Valentina 

2 – Confusão envolvendo as irmãs Isis e Luma de Oliveira, que saíram da novela antes do fim 

3 – Entra e sai de Stenio Garcia da trama, deixando o personagem de Nívea Maria (Berenice) perdida  

4 – Falta de química entre Silvia Pfeifer e José Mayer, o que enfraqueceu a personagem dela 

5 – Cássio Gabus Mendes não convenceu como o sedutor irresistível Doca, contratado para vingar a humilhação sofrida por Fernanda (Lídia Brondi) 

 

 

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2 comentários em ““Lídia Brondi, infelizmente, não encerrou bem a carreira de atriz””

  1. Infelizmente Lídia Brondi sumiu das novelas, assim como outra atriz que considero excelente: Lúcia Veríssimo que nos encantou com tantos personagens marcantes. Realmente o canal Viva deveria fazer reprises com atrizes que estão fora da teledramaturgia mas que tanto contribuíram com altos índices de audiência de muitas novelas.

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  2. Concordo em grande parte com os comentários, inclusive com relação ao desperdício do talento da Lídia Brondi, que merecia um papel melhor elaborado na trama. E ela era mesmo um mito na época. Tanto é que cortei meu cabelo igual ao dela porque o corte virou uma febre nos salões de cabeleireiro, rsrs. Quanto aos bons motivos para rever essa novela, eu acrescentaria o saudoso ator Jorge Dória, muito engraçado. O casal José Mayer e Silvia Pfeiffer era uma chatice, não tinha liga. Outro porre era Yoná Magalhães e Thales Pan Chacon. Química mesmo tinham as duplas Zilda Cardoso e Lima Duarte e Guilherme Karan e Vera Zimmermann, se bem que essa não era grande coisa como atriz. O autor parecia perdido do meio da novela em diante, enchendo linguiça a todo tempo, mas parece ter se encontrado um pouco no final, quando começou a recuperação do Don Lázaro e, com relação à Lídia Brondi, se preocupou em inseri-la de novo na trama, provavelmente após observar o que estava acontecendo nos bastidores. A novela não foi mesmo um sucesso de audiência, porque o enredo era cheio de buracos, mas talvez também porque nessa época aquela hegemonia que a Rede Globo tinha está se desfazendo, com o sucesso de novelas da Manchete (Pantanal, Kananga do Japão, etc.) e a preocupação do brasileiro com os acontecimentos sérios da política, ao invés de apenas “se distrair”.

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