Guilherme Guido é a força em pessoa! O nadador olímpico, em entrevista ao Cj Martim, revela, em detalhes, como foi sua classificação para as Olimpíadas Rio 2016.
“Fazemos acompanhamentos psicológicos semanalmente”, afirmou o nadador, em um dos trechos da entrevista, ao comentar a preparação dos atletas.
A piscina tem seu ritmo, mas Guilherme tem um ritmo próprio. Nas competições, ambos vão precisar encontrar um alinhamento, um acordo, para conquistarem bons resultados. Isso exige da água regada a cloro paciência e dele perspicácia!

Cj Martim: Explica para o público leigo como funciona o Torneio Maria Lenk e sua conquista nos 100 metros de costas, responsáveis pela sua classificação nas Olimpíadas RIO 2016.
Guilherme Guido: O troféu Maria Lenk é o campeonato brasileiro interclubes mais forte do calendário anual. Esse ano, ele serviu de seletiva olímpica e foi realizado já na piscina dos Jogos Olímpicos. Me classifiquei nos 100m costas na competição com o tempo de 53″09s ganhando o ouro e nadando abaixo do índice exigido pela Federação Internacional de Natação de 54″36.
Cj Martim: O atletas verdadeiramente pensa em vencer por causa da família ou para esfregar na cara da nação sua vitória, pois os esportistas, muitas vezes, sofrem com a falta de apoio do governo?
Guilherme Guido: Nem um, nem outro! O atleta desde cedo aprende a impor objetivos na vida e tenta se superar a cada dia. Vencer faz parte da minha trajetória e o faço para alcançar as minhas metas e objetivos.
Cj Martim: Quais erros cometidos por nadadores que, muitas vezes, passam desapercebido para o grande público?
Guilherme Guido: Acredito que ganhando ou perdendo, temos que ser humildes e mantermos os pés no chão. Os resultados bons param de vir, a partir do momento em que o atleta acha que é autossuficiente e não precisa da ajuda de mais ninguém.
Cj Martim: Quais recordes conquistados nas piscinas, que aponta como cruciais na carreira?
Guilherme Guido: Meu melhor resultado foi o bronze no mundial de Istambul, na Turquia, na prova de 100m costas! Além desse título, tenho mais três medalhas de mundiais e cinco de Jogos Pan-Americanos. Sou dono de seis recordes Sul-americanos.
Cj Martim: Existe acompanhamentos psicológicos intensos para conseguir controlar o turbilhão de emoções em uma Olimpíada? Na prática, como aplica essas lições?
Guilherme Guido: Sim, fazemos acompanhamentos psicológicos semanalmente. No meu caso, tenho uma psicologa em casa (minha esposa), que sempre me ajuda bastante nos momentos que mais preciso dentro do esporte. A técnica de aplicação já esta sendo feita desde o Maria Lenk, que ocorreu na mesma piscina que acontecerá as Olimpíadas. Somos instruídos a memorizar o local e realizar em pensamento, à prova perfeita todos os dias.
Cj Martim: Quem fecha a porta no rosto de um atleta? A idade ou a falta de conquistas?
Guilherme Guido: A recuperação de um atleta mais velho é fisicamente mais lenta, porém a experiencia conta muito em competições desse nível. Estou melhorando meu tempo a cada caída na água e não me vejo afastado da natação. É claro que as conquistas e objetivos atingidos, me dão mais vontade de chegar mais longe!