Matheus Dias é o “respiro bom” que faltava em nossa teledramaturgia. O interprete do Júnior, de ‘Malhação-Pro Dia Nascer Feliz’, mostra suas opiniões fortes e esclarecidas em entrevista exclusiva, ao Cj Martim, em assuntos como: fama, comportamento dos jovens na atualidade, metodologia de trabalho e outros assuntos.
Acredito que a intuição do ator mexe mais com o emocional do público, do que uma técnica bem aplicada de interpretar. Matheus emociona com seu trabalho, porque o público consegue alcançar essa intuição que ele transmite. Com a conexão feita, o sucesso vem com tranquilidade.
Cj Martim: Quais dores e delícias que encontra no Júnior, seu personagem em ‘Malhação-Pro Dia Nascer Feliz’? Quais seus dilemas cruciais?
Matheus Dias: Estar na pele do Júnior é uma delícia e uma grande responsabilidade. Tive que aprender a jogar vôlei de praia, e estou muito feliz com tudo que está acontecendo com meu personagem. ‘Malhação – Pro Dia Nascer Feliz’ é um presente na minha vida e vou aproveitar essa e toda oportunidade da melhor forma possível- e ainda estou tendo a honra de contracenar com pessoas que cresci assistindo, e isso é incrível! Gratidão é o que resume tudo.
Cj Martim: Interpretar é intuição ou o diretor é seu guia e responsável também pela direção do caminho do personagem?
Matheus Dias: Isso é uma via de mão dupla. A gente vai entendendo o personagem dentro da gente ao longo da história e mergulha nele. Temos as propostas do que a gente pensa sobre as cenas, sobre o personagem e levamos ao diretor. Muitas das vezes eles acham legal e deixam nós atores fazerem do jeito que pensamos, e outras eles falam que podem ser feito de outro jeito ou da forma que eles pensaram. Eles adoram que atores tenham propostas para o personagem; porque, as vezes, podem vim uma ideia dele que talvez a direção não tinha imaginado antes.
Cj Martim: Os jovens, atualmente, se encontram alienados ou cheios de opiniões, sem embasamento algum?
Matheus Dias: Hoje em dia os jovens tem mais voz, somos mais vistos e estamos criando opiniões. Seja sobre política, cultura, sociedade, preconceito racial ou sexual. O mundo ainda é muito preconceituoso, mas a voz da juventude, apesar da ‘zoeira’, vem tendo outra visão de mundo. Com o avanço das redes sociais, essa voz está cada vez mais forte. Do empoderamento negro, que é algo super importante hoje em dia, aos em outros assuntos sobre religião, homossexualidade, liberdade de gênero, política, novos conceitos de família, e entre outros assuntos. O jovem tem uma mente mais aberta para isso tudo. E é um orgulho ver que nós estamos nos impondo.
Cj Martim: Tem emocional forte para lidar com as críticas? Os críticos de TV têm embasamento suficiente para avaliar os trabalhos de atores ou muitos vão pelo caminho dos achismos e predileções?
Matheus Dias: Querendo ou não, críticas sempre vão existir, sendo a favor ou contra e isso é uma coisa que nós temos que aprender a lidar. Talvez eu fique meio chateado se isso acontecer, mas o jeito é absorver o que é importante para nós e melhorar. A maioria deles entende sobre o assunto, e se isso for bom para que eu reflita e tente melhorar o meu trabalho, não vejo problema.
Cj Martim: Em média, quantas cenas grava por dia? As repetições constantes de ensaios não esfarelam as capacidades de um ator em cena?
Matheus Dias: Depende muito. Têm dias que gravo bastante e têm dias que gravo pouco. Os ensaios das cenas são superimportantes pra nós, ainda mais pra mim que estou começando. No ensaio é o momento de mostrar o que eu pensei sobre a cena, saber a opinião do diretor, unir tudo o que ficou bom ali e trazer comigo na cena.
Cj Martim: A fama é um sorvete bom ou um salgado disfarçado com muita pimenta?
Matheus Dias: Depende do contexto da ‘fama’, o que estou vivendo hoje está sendo maravilhoso, mas não me deslumbro com isso, levo a minha vida normalmente e faço as mesmas coisas de antes.
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