Hugo Bonemer e Daniel Rocha estão dispostos a injetar inquietações, cultura e profundidade para você! Como?
Nos dias 20 e 21 de maio, no teatro ISBA, em Salvador, tem apresentações da peça ‘FRAMES’. O espetáculo revela inúmeras possibilidades de entendimento com pessoas diferentes entre si.
Ao Cj Martim, o ator Hugo Bonemer esclareceu alguns pontos da história.
Claro, quando assistir à peça provavelmente vai pensar: “ambos estão muito diferentes nem reconheci”. Quando atores realizam uma viagem ao fundo do ego, eles se despedem de qualquer tipo de vaidade e vícios de personagens anteriores. Hugo e Daniel têm profundidade, logo você vê a diferença em cena.

Cj Martim: Quando começaram a idealizar a concepção da peça e se o fato do diretor ser o baiano Sandro Pamponet , foi um fator fundamental para começar em Salvador.
Hugo: Com certeza! A família dos dois diretores (Camila Gama e Sandro Pamponet) é de Salvador e por isso fizemos questão de começar na cidade.
Cj Martim: Conta um pouco do conflito dos personagens e se os perfis deles diferem muito de vocês.
Hugo: Nós nos aproximamos de todos os personagens em algum lugar, pois não fazemos uma construção naturalista nas cenas, caminhando por diferentes linguagens, por exemplo: Não diferenciamos gênero. Quando fazemos personagens femininos, continuamos com as nossas vozes e corpo. Afinal de contas, o que define uma mulher é a identidade e não uma cartilha de trejeitos.
Cj Martim: Um ator consegue se libertar do caos interno depois de aprender algo interpretando tantos personagens ao longo da carreira ou o caos é algo impossível de se livrar?
Hugo: Ir ao teatro é como viver, só que sem o compromisso. Acho que os personagens ajudam a gente a organizar o caos…
Cj Martim: Alguma dificuldade tiveram com o texto? Houve muitas mudanças, alguma parte que foi deixada de lado ou injetada com uma percepção diferente?
Hugo: O texto do autor Franz Keppler é muito generoso com nós atores. O que entrou de texto a mais veio do jogo estabelecido pelos atores e passou pelo crivo do autor.
Cj Martim: Como se definem como atores? Ator bom é aquele que o público identifica um sutil estilo de interpretar, independente do personagem?
Hugo: Ambos combinamos que a limpeza nos agrada para este tipo de peça. Mas não existe um jeito certo de fazer teatro, e sim um monte de opiniões de como é o certo.