Diego Gazin é ator e amante do esforço e conhecimento.
Em entrevista exclusiva ao Cj Martim, você vai conhecer um pouco mais dele. Será que ele pensa em fazer novelas? Isso nós temos a resposta!
Caminhar sem pressa talvez seja a única alternativa sensata de um ator. Em um mundo frenético e ambicioso, quem não acelera revela ter equilíbrio emocional, personalidade e percepção que o frisson, o auge, as glórias sempre ficam bem posicionadas na estante, não vão sair dali.
Diego não tem agonia de chegar nessa estante, isso faz toda diferença.

Cj Martim: Já pensou em desistir da carreira de ator? Algum momento passou na sua cabeça se a profissão faz sentindo?
Diego: Olha, já pensei em alguns momentos sim, viu? Essa profissão é cheias de altos e baixos e você tem que conviver, às vezes, numa corda bamba de incertezas, praticamente todo o tempo. É uma profissão bem difícil! Mas acredito que, quando há algo que te impulsiona por dentro, no caso a arte, isso só mostra que você deve continuar na caminhada, por mais que o preço a pagar seja alto.
Cj Martim: O teatro não é um pouco cruel com o artista? Ele leva o ator até o limite do desgaste físico e psicológico em cena, além da ansiedade da plateia que sempre reage de forma diferente.
Diego: Todo o trabalho em si requer uma dedicação, disciplina entre outros fatores. Mas, no teatro, você precisa ser resistente e trabalhar para ele. Esse “desgaste”, eu penso que seja para o lado positivo em relação ao trabalho do ator, sabe? Você ter que lidar com várias questões ao mesmo tempo e saber que, quando se abre a cortina, tem um público que pagou e aguarda ansiosamente pra ver e ter uma experiência nova durante algumas horas em que passa ali, sentado. E essa troca entre ator e espectador que é interessante, você tem uma noção através desse termômetro de como o trabalho chegou até eles independente das diversas reações.
Cj Martim: Como foi o mergulho pela obra de Ivan Lins, no musical ‘Ivan Lins em Cena’? Não fechou os olhos? Não tapou os ouvidos? Usou todos os sentidos, como diz uma conhecida canção do artista?
Diego: Cada trabalho requer um mergulho diferente. No musical “Ivan Lins em Cena”, tivemos toda uma preparação. Tanto de leitura, corporal, vocal, dança, etc… Você precisa saber o que está dizendo. E as letras do próprio Ivan já são intensas né! Sua obra é muito rica e aborda muitas questões, inclusive sobre o atual momento em que vivemos. Mesmo essas músicas sendo compostas em outra época. Foi um prazer ter feito parte desse projeto. “Daquilo que eu sei, guarde nos olhos, por dentro de mim” (risos).
Cj Martim: Alguma vontade em fazer novelas? Sente vontade de namorar essa plataforma?
Diego: Sempre tive vontade sim, mas confesso que hoje não tenho certa pressa em fazer. Acredito que tudo tem o seu momento e sua hora! Acho importante passar por todas essas linguagens sabe? Tv, Cinema, etc… Isso só enriquece o nosso trabalho, além de novas experiências e repertório.
Cj Martim: A fama é um ‘Mundo de Alice’? É tão nociva assim para o comportamento do indivíduo?
Diego: Eu sempre parto do princípio de que a “fama” é a consequência do trabalho. Nunca quis ser ator pensando em ser famoso ou algo do tipo. Acho que, hoje em dia, as pessoas vivem certo deslumbramento por conta da profissão. Mas acho que seja mais pela questão da mídia e certa exposição que ela proporciona. E vai de você, da sua ideologia sobre esse pensamento. Ela pode ser boa por te abrir mais possibilidades de trabalho e, ao mesmo tempo, você ter que saber lidar com tudo isso, sem tirar você do eixo.
Cj Martim: Quais novos projetos de 2017? O que se encontra em andamento?
Diego: Pra esse ano tenho um projeto de um espetáculo para o segundo semestre que ainda esta em fase de captação, continuo fazendo publicidade, estudando. Estou com um filme, curta metragem, inscrito em alguns festivais e aberto a novos convites de trabalho.