Rodrigo Teaser: ‘Hoje as pessoas têm menos receio de admitir sua admiração pelo Michael Jackson’

Vamos às apresentações: o nosso entrevistado de hoje é o cantor, ator e dançarino Rodrigo Teaser. Imita o astro pop Michael Jackson, desde os nove anos de idade!

Nesta entrevista, ao Cj Martim, ele revela os pontos altos e baixos da carreira do artista mais amado e intrigante da história da música.

Algumas pessoas acreditam que imitadores não tem personalidade. Bom, essas pessoas são tolas. O imitador tem personalidade suficiente para gerir sua vida, seus negócios e também para perpetuar o legado de algum ídolo. O que muitos chamam de falta de criatividade, eu chamo de amor. Parabéns, Rodrigo!

 

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Rodrigo Teaser: Foto/ Divulgação.

Cj MartimEm que pontos da carreira o Michael Jackson presenciou seu auge, sua estabilidade e sua queda?

RodrigoMichael é um artista ímpar, sua história é única, não digo isso como um fã, mas quando você pensa na história dele,  percebe que estar à frente de seu tempo no ramo musical, que era algo arriscado e, muitas vezes, difícil de se quantificar num mercado em comum com os demais. 

É quase um senso comum que Thriller é o auge, porque falamos do disco mais vendido de todos os tempos, incluindo hoje. É o período que marca também o início da era Pop como conhecemos hoje. Isso porque além de um disco de sucesso, ele tinha videoclipes de sucesso, shows de sucesso e uma linha de produtos que ia de tênis, chiclete, bonecos, brinquedos, figurinhas, toca fitas, microfones, etc. Coisas que, na era Britney Spears e Justin Bieber, se tornaram quase um padrão.

O álbum Bad não vendeu tanto quanto Thriller, porém teve a turnê mais bem sucedida até então. E se mantém, até hoje, como uma das mais bem sucedidas de todos os tempos, mesmo não tendo o disco, ele teve um faturamento maior.

Depois veio o álbum Dangerous, que estabeleceu definitivamente o status de Rei, a grandiosidade de tudo em torno dele. Não sei se eu usaria o termo queda, mas as acusações sofridas por ele tiveram um impacto definitivo.

Mais uma vez ele experimentou o poder da grandiosidade, mas de forma reversa. Seu julgamento era acompanhado diariamente por milhões, seu veredito foi mais assistido que os debates pra presidência e a primeira entrevista do Sadan Husein para a TV americana, em mais de 30 anos. O impacto de um assunto como esse prejudica a carreira de qualquer um. Coloca-se isso ao lado de um período que a música física perdia cada dia mais espaço para music digital e podemos dizer que isso marca uma “queda”.

Cj MartimVocê é dançarino, ator e cantor. Quais desgastes físicos e emocionais para alinharem essas três habilidades no palco?

RodrigoDesgastes emocionais são os que todos sofremos, cabe a cada um buscar o exercício certo para contorná-los. Os desgastes físicos são comuns nisso. Eu tenho que cuidar do peso, do corpo, condicionamento físico e etc. Eu preciso balancear meu fôlego e disposição para conseguir cantar e dançar. Às vezes nosso corpo pede mais de um lado, do que de outro. Por isso é preciso um acompanhamento constante de profissionais como fono e idas ao médico pra evitar desgastes que te prejudiquem.

Cj MartimMichael veio ao Pelourinho “beber” da fonte do Olodum, grupo de samba reggae. Acredita que, naquele momento, ele visava dar um gás na sua carreira, mudar um pouco a sonoridade, fazer novas parcerias? 

RodrigoNão! A sonoridade dele se manteve muito próxima do que já era feito antes. Naquele momento, acho, que mais do que uma questão musical, Michael buscava uma questão social, uma questão que mostrasse que a cultura pode salvar, a música pode unir e, naquele momento, longe dos efeitos de computação e grandes aparatos de Hollywood,  Michael mostrou que a união dos dois mundos podia gerar algo único e eterno.

Cj MartimMuitos têm receio em admitir que gostavam do cantor, por causa das acusações de pedofilia envolvendo o nome dele. Alguém já questionou você em realizar  homenagem para um artista que pode ter cometido esse tipo de crime?

RodrigoJá me questionaram, sim. Esse assunto vai sempre fazer parte da história dele e, por isso, acho que a verdade e os fatos devem sempre serem demonstrados. Michael foi investigado, foi julgado e inocentado. Seus acusadores foram posteriormente processados pelo estado e foram condenados a pagar com serviços comunitários. Hoje as pessoas têm menos receio de admitir sua admiração pelo Michael Jackson e vai ser cada dia mais assim. 

Cj MartimA música ‘Screm’ vai estar no repertório do show? A que Michael gravou com a irmã, Janete Jackson? A música questiona se com todos os problemas, não dá vontade de gritar. Quando, Rodrigo, tem necessidade de expor seu grito?

Rodrigo: A música ‘Scream’ não faz parte desse show, pelo menos por enquanto. Nosso show segue basicamente o formato criado por ele para o seu show de despedida. Eu tenho vontade de gritar quase toda hora! (risos). Me considero um privilegiado por viver de algo que amo, de homenagear meu ídolo. Mas sinto vontade de gritar quando estabelecem que isso é tudo que posso fazer. Michael me ensinou muito mais do que isso. Ter minha carreira autoral é uma meta e às vezes tenho que lidar com situações que me tiram a paz como, por exemplo, ouvir que minha música deve ser mais simples, que ninguém faz esse som no Brasil ou que eu estou tentando imitá-lo em português. Muitas vezes as pessoas fazem seus julgamentos e estabelece seus vereditos, mesmo estando errado.

 

 

 

 

 

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