Por ora, ele é apresentador do programa #FuiComFusco, websérie, que tem como foco mostrar que, sim, da para viajar sem gastar muita grana. Nesta temporada, é apresentado costumes de alguns países da América Latina, como o Chile e o amado Uruguai, que inclusive foi tema do primeiro episódio exibido na última terça-feira (15). Ele é ator, mas agora se encontra como apresentador. Estou falando do Flávio Fusco, que concedeu esta entrevista exclusiva e, bem detalhada, de tudo que você precisa saber sobre viajar bem!
CjMartim: Quando viajar causa fadiga e perde o total sentindo?
Flávio: Não sei se eu cansaria de viajar algum dia (risos)… Se as pessoas soubessem o quanto viajar te deixa mais rico (de cultura, conhecimento, novos valores…) acho que todo mundo ia, no mínimo, entender que viajar é um investimento. Você vai sempre voltar diferente na maneira de pensar e respeitar uma outra cultura, por exemplo. E cabe a nós saber utilizar isso de uma forma que possa acrescentar, sabe? Já sobre os destinos, digamos assim, eu acho que a principal decisão a ser tomada é saber o quanto aquele lugar tem alguma afinidade com a gente. Este “relacionamento” é essencial, para que se crie essa intimidade com o lugar antes mesmo de você ir. Eu brinco que em qualquer lugar que estou, enquanto viajante, vou para me cansar o máximo, e quando voltar eu descanso, justamente para aproveitar cada minuto do lugar.
CjMartim: Com manter o diferencial em meio a tantos programas de viagens que existem na TV e Web?
Flávio: Acredito que o maior diferencial do #FuiComFusco é dar acesso às pessoas. Não adianta nada mostrar lugares lindos e perfeitos, sendo que eles não estão ao alcance delas. Meu objetivo é mostrar os lugares e as culturas, claro, mas acima de tudo, mostrar como fazer para ter aquela mesma experiência que estou vivendo ali no programa. E meu objetivo e de nossa equipe é seguir este caminho… mostrar que sim, todo mundo pode viajar e deixar claro, quais os melhores meios para que isso possa acontecer.
CjMartim: Uruguai é um país difícil de ser retratado em programas de viagens. Quais os aspectos positivos e negativos do local?
Flávio: Quando decidimos ir para o Uruguai, ainda mais no Réveillon, a gente já sabia dessa possibilidade. O país, não é lá um dos mais baratos, e ainda escolhemos um destino super badalado: Punta Del Este. Claro, preços nas alturas, e se disser que eu voltaria, eu estaria mentindo. Não pelo país que realmente é super maneiro, mas pelo investimento. Para se ter noção, em 1 semana por lá eu gastei quase o mesmo preço de quando fiquei 8 dias na Tailândia, no outro lado do mundo. Tudo bem que seria injusta essa comparação, mas em termos financeiros, talvez escolheria um outro destino mais em conta, digamos. Sobre o país, realmente, tivemos um pouquinho de dificuldade de retratar tudo que se passava por lá. Na verdade, o Uruguai é um país bem pequeno, você pode circular praticamente de carro pelo país todo. A comida de lá é maravilhosa e o povo é super receptivo e este é um grande ponto positivo. Ah, e assim como nós, eles também amam futebol. Ponto para eles! Talvez, o negativo, seria um custo um pouco alto por não ser algo que me encantasse, sabe? Fui com alguns amigos, e a gente aproveitou bastante tudo por lá, mas a gente viu que com aquele valor, a gente poderia ter buscado um outro destino.
CjMartim: Como convencer as pessoas a viajarem com pouco dinheiro, sendo que correm o risco que, mesmo assim, comprometam o orçamento no fim do mês?
Flávio: Na verdade, a base de qualquer viagem é um bom planejamento. Se você vai viajar por conta própria ou por agência de turismo, o grande segredo é se planejar. Por exemplo, irei gravar o programa na África do Sul, em Dezembro, mas as passagens já foram compradas em Janeiro, ou seja, com quase 1 ano de antecedência e como ela já está paga, agora fica mais fácil reservar uma parte do dinheiro para o hotel ou pousada (o que tiver o melhor custo benefício) e posteriormente, reservar os passeios e levar uma graninha extra para os custos que teremos por lá. Hoje em dia, me organizando e planejando, eu consigo fazer uma média de 5 viagens por ano, e isso não tem relação nenhuma com ser rico. Para ser um bom viajante, você precisa ter mais planejamento do que dinheiro. Uma dica bem legal é ir separando, todo mês, um pouquinho do dinheiro e guardar para uma viagem que você sempre quis fazer. Viajar sempre será um investimento, então pode considerar que fazer uma poupança para viajar é um dos maiores investimentos de sua vida. Eu faço isso tem uns 10 anos e não consigo parar! É um vício bem gostoso.
CjMartim: Por que programas de viagens nunca perdem o interesse do público?
Flávio: A verdade é que viajar nunca sai de moda, não é mesmo? Se o dólar tá caro, a gente viaja pra dentro do Brasil. Se a moeda americana cai, a gente volta a viajar para o exterior, e este ciclo vai se repetir pra sempre (assim espero). Já conheço 21 países até hoje, e para cada lugar, a sede de aprender e compartilhar aquela experiência do lugar, é o principal gancho para que o programa de viagem sempre esteja em alta. Um dia desses, recebi uma mensagem de uma senhora, que disse não ter coragem nem idade para viajar “como o Fusco viaja”, mas que ela se sentia tão próxima ao assistir o Fui com Fusco, que ela praticamente viajava comigo, mas sem sair de casa. E acho que isso é o que acontece com qualquer programa de viagem: ele te leva junto, te dá a sensação de que todo mundo é livre e que existe um mundão afora para ser conhecido. E quero aproveitar para convidar todo mundo para assistir aos episódios do #FuiComFusco, para viajarem comigo sem sair de casa, e claro, para se encorajarem a ganhar o mundo e carimbar bastante o passaporte, com todas as dicas que a gente dá lá.
cjmartim.com 