Multifacetado. Dedé Galvão, radialista e youtuber, carrega no colo seu novo filho, seu novo canal no You Tube ‘DedéLivery’e povoa os sonhos, alegrias e objetivos de uma galera que o acompanha na rádio FM O DIA, lá no Rio de Janeiro. Em entrevista exclusiva ao blog, ele se mostrou otimista com os avanços das diversas plataformas digitais no mercado e revela seu diferencial na internet.

Cjmartim: Antigamente, se dizia que a televisão iria derrubar o rádio, depois com o boom da TV por assinatura a TV aberta estaria com os dias contados, agora a grande ameaça as tevês fechadas e abertas é o serviço de streaming, como a Netflix. Essa “teoria da conspiração” que os antigos veículos de comunicação vão acabar por causa das novas plataformas digitais, a quem interessa espalhar esse terrorismo e se você fica tenso com isso. O rádio, apesar de tudo, se encontra em um bom momento?
Dedé: Eu acho que as mídias são convergentes nos dias de hoje. Por exemplo: o rádio complementa a televisão, que complementa a internet, elas vão sendo complementares. Os veículos precisam utilizar a internet como mola mestra pra poder continuar na vanguarda, continuar inovando e trazendo novidades. Eu não vejo a queda da TV, eu vejo a queda de TVs engessadas. Emissoras, como o SBT, que tem canal no you tube, ta pensando em internet, se saindo melhor. Não acho que seja terrorismo da galera. É algo notório que as grandes mídias estão perdendo espaço para internet. Enquanto o rádio, não é mais algo engessado, somente preso aos estúdios. A rádio que trabalho, a FM O Dia, tem aplicativo, redes sociais… A gente precisa da regionalidade do rádio para fazer eventos em grandes cidades também.
Cjmartim: Quais suas preocupações para que seu canal tenha um diferencial em relação a tantos outros canais de entrevistas que nós temos na internet? Qual seu trunfo?
Dedé: Na verdade, eu acho que a grande preocupação do meu canal é não ter preocupação. Eu sou muito fã do Danilo Gentili e uma vez ele falou uma coisa muito boa, que é “eu procuro fazer o que gosto de assistir”. Se eu gosto do que eu fiz no meu canal, pra mim ta ótimo. Não me importa like, views, número de inscritos… Esse formato que fiz no meu canal, que já têm o táxi da Angélica, o táxi do Gugu, o táxi do Luciano Huck, esse formato da câmera dentro do carro é bacana porque a pessoa fica bem à vontade, da pra você tirar alguma coisa que, talvez, numa entrevista mais convencional não conseguiria do entrevistado. E outra, eu realmente levo as pessoas para o lugar que elas iriam.
Cjmartim: Você é carismático e oferece possibilidade de o entrevistado ficar bastante à vontade. Mais você já passou por alguma saia justa? Alguma pergunta infeliz no seu canal?
Dedé: Saia justa? Não. Eu já fui parado pela polícia com a Lexa, no meio da gravação. Pergunta infeliz nunca aconteceu porque o ambiente não favorece esse tipo de coisa. E obrigado pelo carismático. O papo vai fluindo.
Cjmartim: As pessoas utilizam “porcamente” as redes sociais ou têm uma ingenuidade no uso delas, com tanta gente se expondo e dando margens as críticas?
Dedé: Não defino o comportamento das pessoas com a rede não. Eu tenho pra mim que a internet, como é uma coisa muito nova, surgiu de uns quinze anos pra cá, eu chamo ela de o “cavalo indomável”, é muito difícil você domar a internet ou você ter cem por cento de certeza que seu conteúdo vai representar, ou vai reverberar, ou vai mobilizar as pessoas. É um ferramenta fascinante que a gente ta aprendendo a usar.
Cjmartim: Você acredita que o You Tube acaba? Quais outras plataformas você acredita que podem ser criadas para divulgação de conteúdos?
Dedé: Acho muito difícil o You Tube ter fim. Ainda mais agora que lançou o “You Tube Premium”, que você paga uma conta pra assinar e produz conteúdos para competir com a Netflix. Eu acho que agora o You Tube vai pegar grandes canais e financiar para produzir séries, produzir conteúdo de primeira. Eu acho que pode vir novas plataformas ainda, mas tomar do You Tube esse cenário é muito difícil, ele permanece.