
Entrevista– Escolhi o ator Diyo Coêlho, o Jorão da minissérie ‘Jezabel’, para contar um pouco da experiência em trabalhar com o ator Domingos Montagner, que faleceu em 2016, e sua metodologia de trabalho para encarar a minissérie bíblica na RecordTV, algo que não é tão simples assim …
entrevista exclusiva do blog!
CJMartim: O que pensou para linguagem corporal e oral para inserir no Jorão, seu personagem na série Jezabel?
Diyo: Por se tratar de uma história bíblica, algo que aconteceu há muito tempo, e por Jorão ser um príncipe e herdeiro do trono de Israel, acabei construindo um corpo mais alinhado, até porque, diferente do irmão Acazias, Jorão é mais equilibrado, mais sensato e justo. Quanto à oralidade, tive que respeitar tudo o que estava escrito, trabalhar bastante o texto, afinal não é um linguajar tão comum e com muitos nomes difíceis.
CJMartim: Apesar de ter sido uma novela que terminou de forma trágica, que lembranças tem de ‘Velho Chico’?
Diyo: Só tenho lembranças boas, principalmente do pouco tempo que tive com o querido “mano véio” Domingos. Foi enriquecedor estar ao lado de tanta gente boa, talentosa, humilde e gravar no nordeste, no São Francisco, ser muito bem recebido pelo povo, me senti muito amado durante todo o tempo.
CJMartim: É difícil lutar contra esteriótipos em novelas e séries? De que forma encara o problema?
Diyo: Eu procuro sempre trazer coisas minhas pros personagens, acabo não pensando muito nisso de estereótipo. Busco sempre dar o máximo de mim que possa caber ao personagem, tento não buscar muita referência fora e sim dentro, acredito que esteja funcionando.
CJMartim: Você participou da série ‘Carcereiros’, viu o inferno e o céu da rotina da penitenciária ser revelada. O sistema carcereiro no Brasil só retrocedeu nos últimos anos ou não?
Diyo: A situação do sistema penitenciário brasileiro é muito triste. Eu acredito que enquanto insistirem em construir mais cadeias que escolas, a coisa só vai definhar mais, tanto dentro quanto fora. Não acredito que se eduque com punição e, sim, com educação, desde a base. Nós retrocedemos não só no sistema penitenciário, mas em vários outros aspectos. O mundo como um todo tem evoluído apenas tecnologicamente, o que é bom, por um lado, mas por outro nem tanto.